30 anos: a idade do sucesso?

Nunca me esqueci desta frase dita pela personagem Jenna Rink no filme “De repente 30”: “30 anos, a idade do sucesso”.
Eis que, de repente, cheguei aos 30. Mas o que é esse tal sucesso, se sucesso é algo tão relativo?

Bom, eu não sei o que passava na cabeça de Jenna quando ela disse essa frase, mas eu posso dizer sobre como tem sido, para mim, ter 30 anos.

Ter 30 anos é como ganhar novas lentes para enxergar a vida com mais clareza. Os aprendizados adquiridos até aqui são muitos, e a maioria eu sequer notei no exato momento em que ocorreram. Mas agora, aos 30, é como se eu tivesse a capacidade de enxergar tudo visto de cima, uma visão macro, sabe? “The Big Picture“, como diz a expressão em inglês que significa a inteira perspectiva sobre uma situação ou história.

Fazer 30 anos é como alinhar os astros do nosso próprio universo. Certas bagunças internas se organizam, ou pelo menos agora você já sabe como lidar com elas, alguns véus caem e umas neblinas desaparecem. Tanta coisa fica mais nítida.

É finalmente entender que nem todos vão te compreender, nem todos vão gostar de você. E ufa: tá tudo bem. Você não se esforça tanto para agradar aos outros, mas deseja, cada vez mais, viver a sua própria essência. Afinal, você entende que buscar a aprovação do outro é a pior forma de se condenar ao sofrimento de não ser você mesma.

Ter 30 anos é valorizar, mais do que nunca, o que realmente importa. A essa altura você já sabe quais são seus valores ou pelo menos já tem uma noção do que realmente merece sua energia. Inclusive, você aprende a diferenciar quem deve ficar na zona da superficialidade e quem deve (e merece) conhecer suas profundezas.

Ter 30 anos é descobrir que, ao contrário de todas as histórias que falavam que você é a metade de outro alguém, você é inteira. E mais: a partir de agora, quem chegar só é bem-vindo se for para trazer paz. Sua saúde mental e emocional se tornam inegociáveis.

E o que não te traz paz, te ensina! E, na sequência, você deixa ir embora. Afinal, ter 30 é extrair de tudo um aprendizado. Nada se perde.

É entender que todas os desafios vividos até aqui foram não só importantes, como necessários. Há lições disfarçadas de amores, dores, perdas, enganos. Tudo isso moldou quem você é hoje. Então, essas situações se conectam e passam a fazer sentido.

Chegar aos 30 é ver que muitos passaram, mas só continuam os que vibram na mesma frequência. Não é ter dezenas de amigos, mas conexões verdadeiras, independente de distância, convivência ou qualquer cobrança boba.

É finalmente perceber que você não precisa mudar para ninguém. E que se você tem se apertar demais para caber em qualquer lugar, é porque esse lugar não é seu. E como você já entendeu que seu tempo é precioso, você não o desperdiça tentando se encaixar.

 

Fazer 30 anos é aprender que se amar é amaior conquista dessa caminhada
e também o maior presente que você pode se dar, todos os dias.

 

É compreender que você não é linear e, assim como a lua, é feita de ciclos. E entende que tudo bem ter fases, desde que você se acolha e se aceite em cada uma delas, pois o seu melhor não será o mesmo todos os dias. Isso é fato!

Aos 30, você conclui que o medo não é algo ruim. Ele é só um sinal de que você está se desafiando. Então, muitas vezes, é preciso ir com medo mesmo, pois o caminho da proteção nem sempre (ou quase nunca) é o mesmo caminho do coração.

Com 30 anos, você compreende que o que o outro diz sobre você, seja bom ou ruim, não te define, mas reflete apenas o que está dentro dele mesmo. Então você começa a se livrar, pouco a pouco, das amarras do medo do julgamento.

Fazer 30 é descobrir que nós, mulheres, não somos concorrentes, embora a sociedade sempre nos ensinou o contrário. Na verdade, somos aliadas e, juntas, muito mais fortes.

É cair a ficha de que ninguém pode viver ou realizar por você, assim como ninguém além de você é responsável pela sua realidade.

Ter 30 anos é acolher a criança que você foi um dia e entender que você precisa dela para a vida adulta, pois sonhos não têm idade. Juntas, vocês voltam a ser uma só. Afinal, é ela quem mantém viva a sua criatividade e o seu olhar curioso e poético sobre a vida.

É ter a certeza de que as transformações irão continuar e que você vai seguir mudando e desvendando novos caminhos e etapas dessa experiência.

Fazer 30 anos é ser livre, ainda que essa tal liberdade assuste alguns. Livre para ser, livre para se reinventar quando necessário, e livre o suficiente para não carregar quaisquer expectativas que tentarem colocar sobre você ou sobre a sua idade.

Pois, sim, você tem o seu próprio tempo.

É, acho que a Jenna estava certa. 30 anos é mesmo a idade do sucesso.

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