Tinha tudo pra ser só mais uma noite de sexta-feira típica, de duas aulas, algumas conversas e o retorno pra casa para dormir, já que sábado pela manhã também é dia de aula. (eu sei, isso é péssimo). Mas, ao chegar na faculdade, a notícia que mudou a noite: A professora de Metodologia Científica foi dar à luz! A pequena Clara resolveu vir ao mundo antes da hora.
Muito bem. Na falta do que fazer, resolvemos ir ao ‘requintadíssimo’ bar do Itaobim, a única opção em frente à universidade. Não éramos muitos, mas éramos uma pequena parcela da turma afim de não deixar a sexta-feira passar em vão. Apesar de manter grupos, nossa turma possui uma certa energia que une a todos. É muito bom isso. Nunca existiram brigas, richas, ou coisas do tipo? Mentira, existiram sim, mas a essa altura do campeonato do curso, a gente se preocupa menos com isso.
Mas enfim, voltando ao bar do ‘bim’. Era dia de vinhada, rua cheia, viaturas policiais para conter a bagunça, música cortada, cerveja cara. Melhor não, inventamos nosso próprio programa. Um sprite, um run big apple e alguns copos de plásticos resolveram nosso problema. Fomos para um canto qualquer alheio ao bar e a largada foi dada.
Eu, que estava num dia lento, tedioso e super cansada, logo comecei a me animar. Conversas, besteiras , trocadilhos de bar. Depois vieram os desabafos, os casos. Álcool entrando, censura diminuindo, inconsciente se soltando. E se inicia o momento de ‘lavar a roupa suja’. Questões antigas foram colocadas em pauta, briguinhas passadas se tornaram motivo de risadas. Muitas risadas e muitos “Isso não importa mais”. E não importava mesmo. Podia parecer papo de bêbado, mas a meu ver, tudo ali era sincero.
A bebida acabou. Que venha mais. E assim foi. O álcool a essa altura já inibiu o hormônio anti-diurético de todos, e é aberta a seção ‘preciso ir ao banheiro’. Divertimos horrores. Risadas incontroláveis no banheiro. Da biblioteca, por sinal.
E a noite foi seguindo. Deu a hora de começar a segunda aula. (e que aula boa, hein? rs) Melhor não. Nesse estado, tudo que iremos fazer é causar balbúrdia. Vamos ficar aqui mesmo. Levar duas faltas não parecia nenhum problema, pelo menos não naquela hora.
E o álcool, adentrando ainda mais em nossa mente, deu início a seção “Chororô”. Um contando a sua vida aqui, outro ali. Todos repletos de problemas, dúvidas, lamúrias, tristezas. Ninguém tem a vida perfeita, concluímos. Todas aquelas verdades internas, aqueles sentimentos que a gente guarda para si, tudo isso é ocultado no dia a dia, na correria que a vida nos faz levar. Mas ali não. Ali era hora de externar tudo.
Foi um momento único, onde cada um pôde conhecer um pouco mais do outro, descobrir lados que a gente nem imaginava existir. “Eu te amo” “senta aqui do meu lado” “te admiro muito” “ainda bem que eu te conheci” fizeram parte da seção ‘Declarações’.
E assim foi a nossa noite de sexta-feira. Nenhum barzinho sofisticado, não tinha música e nem cadeira. Mas tinha calor humano, diversão e amizade. E é chegada a hora de voltar para casa e ‘capotar’, ainda que a cabeça estivesse rodando. Vieram despedidas, beijos e muitos abraços. Mas espera. Falta o brinde: “ao sucesso dos outros, porque o nosso está garantido!!!”.
Por Renata Stuart
Respostas de 7
Não tem como não amar.
Vc pra variar sabendo muito bem manejar as palavras.
Texto maravilhoso!!
Arrepiei do começo ao fim!!
Vc externou bem tudo que aconteceu ontem!
Como diz o ditado popular: O álcool entra, a verdade sai.
Por sorte, neste caso, parece que as verdades que saíram não eram graves.
É verdade, Christian…neste caso, as verdades fizeram muito bem! =) Obrigada pela visita!
Olá,vc escreve muito bem,nem mais nem menos:na medida certa.Parabéns!Te vi na Blogosfera,dps vai ver meu blog tbm.Bjos moça e boa sorte!
Oi Renatinha
Eu já te disse e vou repetir vc escreve muito bem. Eu não desgrudei os olhos do monitor. Teve começo, meio e fim. Parabéns.
Bjão.
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com
OLá , te encontrei na Blogosfera e vim conhecer seu Blog, que por sinal é ótimo, gostei muito!
Quanto ao seu texto, é muito bom, escreves muito bem, sem enrolação. Já tive, em minha mocidade, ( que não está tão distante assim, rss) momentos assim, e são únicos em nossa vida. Outros momentos surgirão certamente, mas igual, jamais! E que bom, ter havido desabafos…catarse descontraida, com certeza!
Gosta de dançar, amiga?? rss
Beijinhos da Lu….