A palavra ‘destino ‘ sempre me provocou certo fascínio. Ficava encantada com a ideia de que o universo inteiro havia conspirado para que duas pessoas estivessem em determinado lugar, em determinada hora e, por obra do glorioso destino, encontrassem o amor de suas vidas. Maktub. Tava escrito. Lindo ? Brega? Não importa. Hoje, penso diferente.
O tempo passa e, junto com a idade, vem o realismo. Os pés começam a sentir o chão, que não é tão macio quanto às fantasias, mas, em compensação, é palpável e visto a olho nu. Eu nunca vi o destino. E outra, sendo como sou, cheia de vontades, desejos e aspirações, não me agrada saber que tem alguém – ou melhor, algo – tomando decisões por mim, tomando as rédeas da minha vida, tomando meu direito de escolha. As escolhas sim, eu vejo todos os dias. Volta e meia elas se apresentam diante dos meus olhos e me obrigam a assumir o controle da minha vida.
Pensando bem, gosto da sensação de ser responsável pelos meus atos. Deixar tudo por conta do destino seria como assistir a própria vida, ou estar presa em um jogo de tabuleiro sem poder mover as peças. Terrível só de imaginar.
Sei que não tenho controle absoluto sobre o que acontece ou deixa de acontecer comigo, mas só de poder escolher entre prosseguir ou voltar já é uma senhora autoridade. Só de saber que a direção que eu optar por seguir irá interferir em todo o caminho, já me sinto mais ativa, mais viva.
Essa coisa de “o que for para ser será” não me atrai mais. O que for, só vai ser, dependendo de você. A Maria e o João do primeiro parágrafo estavam, sim, no mesmo horário e no mesmo local, mas só tornaram o amor da vida do outro porque assim quiseram, por que se escolheram. Resultado de um encontro casual, e não porque as estrelas moveram montanhas para tal.
Com certeza, entregar o volante para esse tal de destino parece mais fácil, já que isso nos isenta de realizar tarefas difíceis na vida. “Se não foi, não era para ser” . Não se iluda achando que, um belo dia, em um lugar propício, numa hora marcada, a melhor oferta de emprego vai cruzar o seu caminho. Deixar o comando para a sorte pode significar comodismo, falta de atitude e resignação.
Bom mesmo é bater de frente, lutar, errar, cair, aprender, levantar, e por aí vai. Isso é viver. Entregar para Deus? Bom, isso sim parece uma boa opção, pois, pelo menos para mim, ajuda a reunir forças e adquirir sabedoria, mas, na hora do sim ou do não, não tem escapatória. É com você mesmo, meu amigo.
9 respostas
Penso que Deus é o arquiteto do universo. Ele construiu tudo mas a nossa vida e o nosso futuro não são frutos do destino, mas resultado de nossas ações e escolhas. Acreditar em Deus nos ajuda a nortear os nossos propósitos e priorizar os valores mas desde sempre aprendi sobre o livre arbítrio e sobre a faculdade que cada um de nós tem de construir a sua história. Assumir o controle po
=)
Falou T-U-D-O, Allan! Concordo plenamente!
Obrigada pela ilustre visita =)
Uma análise muito prática do que é viver.
Entregar para Deus… Pode ser. Eu considero que o rio fluirá, com ou sem pedras no caminho. Mas se tivermos um remo nas mãos, podemos fazer alguns desvios.
Isso me lembra uma piada sobre o cara que sempre pedia a Deus para acertar na loteria. Um belo dia – Deus, cansado dos insistentes pedidos do homem – responde:
– Porra, pelo menos joga.
A vida segue seu rumo, mas as rédeas estão em nossas mãos.
abs Alexandre
Oi, Alexandre. Adorei a piadinha, tudo a ver. Penso que Deus pode nos ajudar, mas tudo irá depender de nossas ações… Temos que fazer a nossa parte, não é?
Obrigada pela visita!
Deus sempre faz o melhor para a nossa vida. Lindo texto! Beijos
Renata, achei seu blog por causa do blog da Clarissa Corrêa (vc deixou um post lá) e adorei!
Você escreve bem… eu tb tenho um blog (deiacorreadarocha.blogspot.com), que parei há algum tempo, uns quase 4 meses, pq achei que tinha perdido a mão… quando leio vcs fico com um misto de “vou voltar a escrever” e de “nunca vou escrever tão bem, melhor parar mesmo”…
enfim, com relação a esse post, eu acho que vc mandou muito bem… até acredito em destino, mas muito mais como uma trilha e não como um trilho…
😉
Beijos e parabéns pelo blog!!!
Ei, Andréa. Obrigada pela visita! Fico muito feliz que tenha gostado. Não fique pensando que perdeu a mão, acredite, tem dias que não tenho a menor inspiração e fico achando que devo parar, que não vou chegar a lugar nenhum, mas não deixo esse desânimo tomar conta. Volte a escrever, só agindo a inspiração virá. Quem sabe a gente não troca ideia para posts? Beijos e volte sempre!
Oi Renatinha
Eu não acredito em destino, acredito em Deus, que Ele está no controle de tudo, e acredito que temos que fazer a nossa parte, nada cai do céu por descuido, temos que estudar e trabalhar muito para termos o que queremos, e darmos amor para recebermos amor.
Bjão querida e um ótimo resto de feriado.
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br
Oi, Lú!!!
É exatamente o que eu pretendi com o post, mostrar que nós temos que assumir o controle, pois o tal ‘destino’ não é o responsável pelas rédeas de nossa vida. E para os que tem fé, como eu e vc, Deus também está nesse controle, mas precisamos estar ativos, agindo, e não só depositando tudo nas mãos dele.
=)
Bom final de feriado tbm!