Ela parece boba, inocente, sonhadora. Mas não é nada disso. Ela é só uma espécie em extinção. Ela idealiza tudo, enfeita o banal, colore o medíocre, e enxerga uma luz no fim de qualquer túnel escuro.
Ela não teme. Não teme o inesperado, o desconhecido, nem a desilusão. Ela se ‘joga’ mesmo, de olhos fechados e sem pára-quedas. Seu lema é que a vida, de tão rara e curta, deve ser vivida por inteiro. Sim, ela alimenta expectativas, dá mais do que recebe e sonha alto.
É apontada como uma inconsequente, desvairada, sem juízo, mas não. Ela tem dentro de si uma ânsia em acreditar, tentar, arriscar. Ah, e ela também não sabe esperar. É urgente no que quer.
Romântica incurável, ela não acha ilusão acreditar em fidelidade nem em amor eterno. Ela crê nisso, mas não encara isso como pré-requisito para a felicidade. Ela sabe que a felicidade é totalmente relativa. Mas sabe também que, em qualquer caso, felicidade exige coragem. E muita.
Ela tem pena de quem aceita conviver com a incerteza, com a dúvida, com o morno. Ela prefere o ‘não’ seco, do que o ‘talvez’ doce. Ela parece sensível, mas é forte. Ela parece dura, mas é frágil. Ela não é nenhuma bonequinha de luxo, boazinha, meiguinha, mas tem um coração que não cabe dentro de si.
Ela é impulsiva, e por vezes deixa as emoções falarem por si só. Ás vezes, embalada pelo frenesi do momento, solta as palavras meio que num ato escorregadio. O que costuma lhe gerar sérios problemas. Mas embora as palavras não voltem, ela até tenta reparar a bagunça que causou.
Ela se machuca, sim, não é difícil prever isso. Mas não por que quer, ela não é nenhum tipo de masoquista. Mas sim por que é escrava da urgência, do completo, da intensidade, do agora. E nem sempre o mundo fala a sua língua e acompanha seu ritmo.
Quem é ela? Não sei, só sei que ela é assim.
Por Renata Stuart
11 respostas
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Gostei do texto
Obrigada, Bruna! 🙂
Ser assim, sem racionalidade, não deve ser muito fácil. Penso ser como uma droga, quando perde o efeito, a pessoa sofre muito e tem que sempre buscar outro tipo de adrenalina para se satisfazer novamente.
Oi, Christian!
É verdade, não é fácil, sei disso porque fiz o texto descrevendo o que sinto, e de certa forma também ele me descreve em alguns momentos.. Mas posso te afirmar que ser racional o tempo todo deve ser um tédio. Pensar pra fazer, pra falar,etc, etc. Bom mesmo é ter fé, coragem, ousadia. =)
Obrigada pela visita!
Adorei! E claro, me identifiquei!
Ela, que certamente (e ainda bem!) existe por aí, bem que poderia ser eu. Não todos os dias, porque sou (somos?) várias, mas certamente, um pouco dela me descreve.
Ei, Lígia! Seja bem-vinda. Que bom que gostou! Com certeza, ‘ela’ descreve um pouco de cada uma de nós.
Concordo com você, somos várias. Não tem graça ser a mesma o tempo todo!rsrs =)
Volte sempre!
Beijo
Renata, eu sou racional(aprendi a ser), mas tbem sou muuuuuuuuuito passional!! hahahaha… sou mais 80 do que 8 e não me arrependo disso. Claro, com o passar dos anos fui me tornando uma pessoa mais madura e mais pés no chão, mas, me sinto bem quando viajo em meus sonhos e planos, quando coloco o coração no lugar da razão, isso faz com que eu me sinta, de certa forma, mais leve e livre! Afinal, ser racional o tempo todo não é bom…
bjks
Ps. Aceite esse, no lugar do outro coment. Tinha um errinho! haahahah
Joicyta, tbm tenho relapsos de realismo, pés no chão às vezes, mas quase sempre sou passional.rsrs
Adorei o que você disse. Desprender-se um pouco da razão nos faz mais livre 🙂
Obrigada pela visita, querida!
Beijos
Lindas palavras como sempre, me identifico em cada poesia, em cada pensamento seu!!! Queria ter esse dom da expressao, pois pensamentos nao me faltam rsrs. Parabens!!!
Obrigada, Athiene! Fico feliz que goste!
Tente passar os pensamentos para o papel…nem sempre é fácil, mas com a prática vamos melhorando!
Beijos,
Adorei lindissimo.