Linha de chegada

Nos acompanham planos, projetos, sonhos. E aquela vontade de enxergar de vez o que é que nos espera do outro lado, no fim da largada. Querer é fácil, idealizar mais fácil ainda. Difícil é partir pro ataque, encarar de frente as dificuldades que surgirão no percurso.

E prometemos: Amanhã tudo será diferente. Vou inovar, vou me mover, vou mudar.  Mas daí vem o amanhã e, junto com ele, milhões de empecilhos. Vinte e quatro horas apressadas demais. Mal tive tempo de pensar, deixa para amanhã, sem falta.

E aquele medo aliado a preguiça de sair da zona de conforto hesita em nos deixar. A rotina é mais cômoda, todo mundo aprova, compreende. Ninguém contraria o óbvio. Difícil é levantar decidido com uma ideia na cabeça e não dormir com ela inacabada. Fácil é deixá-la ali, subentendida, sobrevoando, para outra oportunidade, quem sabe.

Depositamos toda nossa fé no dia seguinte, no mês seguinte, no ano que vem. Todo dia uma esperança, uma promessa e um dia a menos para agir, um dia a menos para arriscar. Talvez essa covardia se deva a um único fato: Temos medo de avistar a linha de chegada sem ter cumprido todos os nossos planos. Até para perder tem que ser corajoso.

Por Renata Stuart

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