Reciprocidade: onde mora o amor próprio

Reciprocidade. Essa é a palavra que tem regido minha vida.
Dar atenção a quem me dedica seu tempo. Retribuir cuidado a quem me oferece carinho. Importar-se com quem se preocupa comigo. E não, não se trata de egoísmo, mas sim de amor próprio. Talvez um mecanismo de defesa pra sobreviver nesse mundo onde nem sempre (quase nunca)recebemos o que damos.

A premissa é básica: quem quer arruma um jeito, quem nao quer, arruma uma desculpa. Se pra vc tanto faz, por que tenho que fazer questão? Afinal toda relação humana para ser saudável, precisa ser uma via de mão dupla.

Portanto, se quer um conselho, não insista, não mendigue atenção. Se você precisa se esforçar para que o outro te enxergue, esse olhar já não vale a pena. Se o diálogo começa a virar monólogo, cale-se. Prefira a solidão do que uma companhia forçada, conveniente. Queira apenas aquilo que vem de graça, de forma espontânea. Entenda que quem realmente quer estar com você, se vira. Tempo é uma questão de prioridade. Amizade não se cobra, amor não se pede. Simplesmente acontece. E de fato, nenhuma relação vai pra frente sem o esforço de dois.

Aprendi que a gente trata o outro exatamente como gostaria de ser tratado. Mas, como tudo na vida, é preciso equilíbrio. Como uma partida de tênis , se a bola nao volta, não tem jogo. Simples assim. Como diz o ditado, “quando um não quer, dois não brigam.” E nem adianta insistir, brigar sozinho é péssimo. A cada vez que você corre – incessantemente – atrás do outro, você está – gradualmente- afastando-se da própria dignidade.

E não se trata apenas de receber. O inverso funciona igualmente. Reciprocidade é também não fazer ao outro aquilo que você não gostaria que fosse feito a si mesmo. É ter empatia, aquela capacidade de se colocar no lugar do outro. É acreditar na tão falada “lei do retorno.”

E assim segue o ritmo, incluindo todos aqueles clichês: Se você deseja o bem, o bem te deseja também. Você atrai o que emana. Gentileza gera gentileza. Você colhe amanhã o que planta hoje. No fim das contas, tudo se resume em uma coisa: reciprocidade. Que sejamos recíprocos, minha gente, gastando energia apenas com quem realmente vê o valor da gente.

Por Renata Stuart

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