Sendo turista na minha cidade

Nos últimos três dias, fui turista na minha própria cidade. Recebi uma amiga do Chile na minha casa e tive a experiência de ser guia turística dela. Pude olhar pra minha própria cidade com um olhar diferente. Um olhar mais calmo, cuidadoso e curioso. Parei pra pensar em cada cantinho especial que se esconde em Belo Horizonte. Muitos que eu não ia há muito tempo, e outros onde nem sequer tinha pisado. (Sim!)

Senti orgulho da minha Beagá. Das paisagens que podemos encontrar na Praça do Papa e no mirante, Praça da Liberdade, Lagoa da Pampulha, Parque Municipal e outros. Do estilo próprio da Savassi, com lojas e bares deliciosos para um happy hour, da autenticidade da Rua Sapucaí com aquela vista legal do viaduto Santa Tereza, além de bares cheios de personalidade nos bairros Santa Tereza e Floresta. Sem falar na riqueza da nossa gastronomia e hospitalidade mineira – facilmente notada no Mercado Central, por exemplo. São tantas opções culturais e gastronômicas, que tive que selecionar o que dava pra ver com minha amiga, afinal o tempo era curto.

Minha surpresa maior foi ontem, quando visitei o Parque Municipal de Belo Horizonte. Não me lembro a última vez que havia estado ali. Era criança. Mas me lembro de quando trabalhava perto do centro e passava ali de ônibus, apenas assistindo o movimento da entrada. Ao entrar, achei tudo tão lindo e especial. Senti uma paz, uma tranquilidade ali dentro. Mais do que tudo, senti orgulho. A ideia era só passar ali e acabamos gastando quase a tarde toda. Esse refúgio repleto de natureza, no meio do centro da cidade, é um privilégio do qual lamentavelmente não usufrui muito até hoje. E pelo que pude notar com as reações dos meus amigos aos meus stories, muita gente também não vai com frequência ou nunca nem esteve nesses locais.

Às vezes vamos para fora do país apreciar parques e locais estrangeiros e não valorizamos o que temos aqui. Vivemos no automatismo. Desgastados com os problemas do país, fechamos os olhos para o que ele tem de bom.

Dai levamos nosso dia a dia com um “script fechado” que inclui trabalho, talvez academia e outros compromissos, e bares (que são incríveis e milhaaaaares, os quais devem SIM ser explorados, mas a cidade não se resume a eles).

Nesses três dias, conheci um carioca que mora em BH e disse cheio de orgulho que não troca aqui pelo Rio de forma alguma. Conheci uma moça da Bélgica que está finalizando sua temporada de quatro meses no Brasil (após morar em vários cantos aqui do país) e se encantou com a cidade. “Ao contrário das outras cidades em que estive, onde a influência americana era mais forte, percebi uma influência mais européia em BH, além de uma atmosfera bem agradável, então é uma transição interessante para retornar ao meu país”, ela disse.

Enfim, escrevi tudo isso só para convidar você, morador de qualquer lugar do Brasil, a vivenciar mais as possibilidades que a sua própria cidade oferece. Que nossos olhares sejam mais atentos e observadores aos pequenos detalhes belos que temos tão perto da gente. Em 2019, quero isso: valorizar, viver, aproveitar e explorar mais a minha cidade.

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