Saudade que aperta e escorre pelos dedos…

Há exatos quatro anos, eu vivenciei o pior momento da minha vida: a sua partida. Foi então que me dei conta de que NADA mais seria o mesmo, e não foi.  A vida perdeu a leveza e a completude e eu pude ver, de fato, o quão vulnerável ela é.  Aqueles planos que a gente vive fazendo para o futuro perderam o sentido e o presente passou a valer ouro diante da incerteza da que comecei a enxergar na  vida, no depois, no amanhã.  E o meu lado “muleca” e criança, o qual só você mantinha vivo, deixou de existir.

Há exatos quatro anos, não ouvimos a sua voz grave, sua risada aberta e gostosa, não sentimos seu abraço e nem seu perfume. E, ao contrário do que se diz, o tempo não diminuiu a dor, não amenizou, não cicatrizou. Acontece que agora ela dói mais em silencio, reprimida, apertada… afinal a vida pede agilidade, tudo tem que continuar e não há tempo para parar e se deixar sofrer, se deixar doer, se deixar chorar.  “Keep going”, o mundo nos cobra.

Mas, hoje – apesar de ser uma data que eu preferia esquecer –  eu decidi parar para sofrer aberta e publicamente, nesse instante, e deixar registrado aqui a falta que você tem nos feito. Esses quatro anos foram uma barra sem você e tenho certeza que os próximos também serão. Mas, no fim das contas, o que nos mantém firmes é a certeza de que os quinze anos maravilhosos que tivemos ao seu lado valeram a pena. Te amamos muito, meu anjo. Um dia a gente se encontra.

Por Renata Stuart

*Para meu sempre amado irmão caçula.

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